As distorções de pensamento na depressão

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos. O transtorno depressivo maior acomete cerca de 11,5 milhões de brasileiros.

O que é Depressão (Transtorno Depressivo Maior)?

A depressão, chamada de Transtorno Depressivo Maior, se caracteriza por humor deprimido, acentuada diminuição do interesse ou prazer de todas ou quase todas as atividades, perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dietas, insônia ou hipersonia, agitação ou retardado psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade ou culpa, capacidade de concentração diminuída e, muitas vezes, pensamentos recorrentes de morte.

Para diagnóstico, os sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas e ocorrerem numa frequência de “todos ou quase todos os dias”.

Causas da Depressão (Transtorno Depressivo Maior)

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Como causas do Transtorno Depressivo Maior, são apontados fatores genéticos e fisiológicos, ambientais e temperamentais. A herdabilidade é de aproximadamente 40% e o traço de personalidade chamada de neuroticismo (fator temperamental) representa uma parte considerável dessa propensão genética. Experiências adversas na infância (principalmente quando são múltiplas e diversas) apoiam os fatores ambientais.

Distorções de pensamento na depressão

O neuroticismo consiste em emoções de cunho negativo e é um fator de risco bem estabelecido para o início do transtorno. Descobriu-se que a depressão resulta de hábitos de pensamentos extremamente arraigados, tendo o humor e comportamentos negativos como consequência de pensamentos ou crenças distorcidas.

Ou seja, pacientes com depressão acreditam e agem como se as coisas estivessem piores do que realmente são, movidos por uma visão negativa de si mesmos (“sou desinteressante, não tenho valor”), do mundo, incluindo relações de trabalho (“as pessoas não valorizam o meu trabalho”) e do futuro (“as coisas nunca vão melhorar para mim”).

Distorções Cognitivas

Além da visão negativa, as chamadas distorções cognitivas ocupam lugar central na depressão. Elas consistem em erros sistemáticos na percepção e no processamento de informações, o que faz com que as pessoas estruturem suas experiências de forma absolutista e inflexível, resultando em erros de interpretação quanto ao desempenho pessoal e ao julgamento das situações externas. Ou seja, são “erros de pensamento” que levam a interpretações errôneas acerca das situações.

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Entre as distorções cognitivas mais comuns na depressão, estão a inferência arbitrária (tirar conclusões precipitadas sem evidências suficientes que as justifiquem); abstração seletiva (considerar os aspectos negativos como mais presentes e relevantes que os positivos), supergeneralização (considerar que um evento ou desempenho ocorrerá outras vezes) e personalização (sempre assumir culpa ou responsabilidades por acontecimentos negativos, sem considerar que outras pessoas ou fatores podem estar envolvidos nos acontecimentos).

Tratamento para Depressão (Transtorno Depressivo Maior)

Diante disso, a terapia cognitivo-comportamental é um dos tratamentos mais indicados e com eficácia reconhecida para a depressão. Nela, o paciente tem participação ativa durante todo o tratamento e, através de uma série de técnicas, é auxiliado a identificar suas percepções distorcidas e substituir pensamentos negativos por outros alternativos, mais condizentes com a realidade, a partir de evidências que os sustentem. A partir disso, consolida-se um novo padrão de comportamento.

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