Assunto que não se refere somente a um bate papo de lição de moral entre amigos ou familiares ou ainda, tema recorrente, de uma sessão de psicoterapia, tem sido alvo de preocupação de profissionais que trabalham com distúrbios de ansiedade.
O elevado número de pessoas que reconhecem seus problemas físicos e emocionais mas não têm força para enfrentar o problema encarando um profissional de saúde, principalmente na área médica, está chamando a atenção para o aumento do medo de médicos.
Os medos (fobias), independente de quais sejam, possuem 6 aspectos em comum:
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- fuga do objeto do medo (tais como evitar lugares altos ou permanecer próximo à janelas ou varandas, animais peçonhentos)
- ansiedade (sintomas de nervosismo e insônia)
- trauma (associação do objeto do medo com experiências ruins vividas por si próprio ou visto por fora, por exemplo, pessoas que passaram a ter medo de viajar de avião após a exposição excessiva de catástrofes aéreas no Brasil)
- negligência (atitudes de evitar falar sobre o objeto de medo ou de estar na presença deste, por exemplo, a pessoa com medo de elevador, independente da altura prefere usar as escadas)
- pânico (falta de concentração e perda de controle)
- mal-estar (presença de sintoma físicos incômodos, tais como, choro e transpiração excessiva)
De acordo com Mariângela Gentil Savoia, psicóloga do ambulatório de ansiedade do Hospital das Clínicas de São Paulo, em reportagem ao jornal Folha de São Paulo (09/janeiro/2010) os aspectos relativos ao medo de médico se comportam da seguinte maneira:
- FUGA: evitar consultas e exames para não descobrir uma doença grave
- ANSIEDADE: sofrimento e insônia antes de ir a uma consulta médica
- TRAUMA: experiências ruins no passado relacionadas a serviço de saúde
- NEGLIGÊNCIA: adiamento constante de consultas, mesmo com sintomas e dores
- PÂNICO: dificuldade de concentração no consultório acompanhada de sentimento de perda de controle
- MAL-ESTAR: o paciente pode suar, tremer, chorar ou até se recusar a entrar no consultório
Os profissionais deixam como alerta que nervosismo, insônia e sensação de paralisia são sintomas desta fobia específica e fugir do médico leva a diagnósticos tardios. Observa-se que com o aumento do diagnóstico de câncer, antes desconhecido, mas, atualmente presente no cotidiano por meio de programas televisivos e da experiência de vida de artistas e celebridades, tem feito com que pessoas evitem exames laboratoriais e clínicos sido com o receio de ouvir um diagnóstico de câncer. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde há aproximadamente 5 milhões de pessoas que sofrem com diversos distúrbios dentre elas, a maior parte com transtornos de ansiedade onde se encontram todos aqueles que sofrem com algum tipo de medo.
Complemente a sua leitura:
Para ajudar as pessoas a medir o grau e a necessidade de ajuda externa para lidar com o medo, o site norte-americano ‘Do you need therapy?’ preparou algumas afirmações relacionadas a medos específicos (altura, água, multidão dentre outros) e aquelas sobre fobias sociais (freqüentar festa, shopping ou simples caminhar pelas ruas):
- Tenho medo excessivo ou irracional de algum objeto ou situação
- Estou com muito medo de algo, e meu medo interfere em minha capacidade de desenvolver o meu trabalho ou em conduzir a minha vida de maneira normal
- Tenho muito medo de um objeto ou uma situação, e quando me exponho a esse estímulo entro em pânico
- Sinto medo de ficar perto de outras pessoas em determinadas situações e percebo que meus medos podem ser irracionais ou excessivos
- Em determinadas situações sociais, sinto extrema ansiedade
- Sinto grande temos em uma ou mais situações em que eu precise interagir com outras pessoas.
Responder positivamente a algumas destas questões é um forte indicador de que a pessoa precise de ajuda e se houver 4 respostas positivas é hora de consultar um psicólogo, pois, provavelmente a qualidade de vida está seriamente comprometida.