Hepatite C: a epidemia silenciosa
A hepatite é uma inflamação do fígado e, segundo Dra. Eloiza Quintela,hepatologista no Hospital Israelita Albert Einstein, na maioria dos casos a pessoa doente não apresenta sintomas.
O tratamento é realizado com medicamentos específicos e as sequelas vão da cirrose hepática ao câncer de fígado.
Atualmente, cerca de 3% da população mundial pode estar infectada pelo HCV.
Esse número é difícil de ser precisado devido à inespecificidade dos sintomas (já que seus sintomas podem ser confundidos com sintomas de outras doenças) ou até a falta deles. Apenas 15 a 30% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C se curam espontaneamente, enquanto 70 a 85% ficam com hepatite crônica.
Persistindo a infecção, 1 em cada 5 portadores do HCV evoluem com cirrose. Uma vez com cirrose, cerca de 1% a 4% dos pacientes desenvolvem câncer.
Entretanto, a hepatite C é uma doença de progressão lenta e pode levar cerca de 20 anos para que a cirrose se instale.
O tratamento, quando necessário, vai depender de uma série de fatores. Isso inclui o tipo do vírus HCV (que pode pertencer a dois genótipos: 1 ou não-1), o funcionamento do fígado e o resultado de uma biópsia para estabelecer se a cirrose está ou não em progressão. Quanto à prevenção, ainda não existe uma vacina contra o vírus HCV, mas existem maneiras de se reduzir o risco de contaminação.
O não compartilhamento de seringas ou outros equipamentos perfuro-cortantes entre os usuários de drogas, a prática do sexo seguro através do uso de preservativos nas relações sexuais, o rastreamento adequado de doadores de sangue e programas de informação são essenciais.
O estúdio limpo e a biossegurança
Conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde em atividades de risco.
O estúdio limpo e a utilização de máscaras e luvas não são apenas sinais que o estabelecimento respeita as normas da Vigilância Sanitária.
Essas preocupações, vistas a olho nu, são apenas alguns dos procedimentos necessários para evitar doenças contagiosas, como hepatites B e C e o HIV.
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No entanto, um dos vírus mais transmitidos em decorrência da falta desses cuidados é o HCV, conhecido popularmente como hepatite c. O Ministério da Saúde calcula que 2,6 da população brasileira têm o vírus HCV, ou seja, 4,5 milhões de pessoas.
A Hepatite C atinge oito vezes mais pessoas que a Aids, e para cada portador ciente. Você é o numero 12? A cada 12 pessoas no mundo uma terá hepatite C, alerta a especialista Eloiza Quintela.
Isso acontece porque o vírus foi conhecido apenas em 1989 e, como não apresenta sintomas, muita gente não sabe que tem a doença.
Embora a perfuração do corpo ainda seja um meio pouco comum de transmissão da Hepatite C, é necessário procurar estúdios que sigam fielmente as normas estabelecidas pela Vigilância Sanitária.
O ambiente onde será executada a tatuagem ou bodypiercing, deve ser semelhante a uma sala de cirurgia, permanente limpo.
Além a manter a higiene de seu local de trabalho, ao iniciar uma tatuagem o tatuador deve escovar as mãos, usar luvas cirúrgicas estéreis e descartáveis, óculos de proteção, vestir um capote, gorro e máscara estéreis ou descartáveis, recomenda a médica .
Não deixe também de verificar, ao procurar um estúdio, se ele tem autorização de funcionamento expedida pela Secretária Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária e se o documento está afixado no local.
Autoclave x Estufas Todos esses cuidados são fundamentais, pois ao contrário do HIV ( Aids), o HCV chega a sobreviver até 72 horas fora do corpo, transformando o estúdio em um local de alta periculosidade, caso não possua condições de higiene.
Essas e outras doenças podem ser transmitidas não só para quem se submete a tatuagem e/ou bodypiercing como também para o profissional, que executa o procedimento.
É possível pegar a doença tendo contato com apenas uma única gota de sangue. Recomenda-se que pessoas que se submeteram a procedimentos de modificação corporal em locais de condições duvidosas realizem o teste Anti HCV.
É possível ficar até 20 anos contaminado e só demonstrar sintomas quando a doença estiver no seu estágio mais avançado, desenvolvendo assim outras doenças derivadas do vírus, como cirrose e câncer no fígado.
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Ainda não existem vacinas contra a Hepatite C, mas se descoberta a tempo, é possível negativar o vírus com sucesso.
Só através do rigoroso cumprimento dos procedimentos de biossegurança é possível evitar os perigos da contaminação presentes durante o processo de tatuar ou de perfurar.
Como por exemplo, a contaminação cruzada, que ocorre quando o tatuador, pega com a luva suja de sangue o tubo de tinta que está usando.
Esse simples toque pode deixar um foco de contaminação para o próximo cliente porque o vírus da Hepatite C, em contato com o ar, sobrevive até 72 horas.
Portanto não esqueça, o procedimento exige que a luva seja trocada toda vez que o tatuador ou o body piercer precisar manipular algum objeto ou instrumento, depois de iniciado o trabalho de tatuagem ou de perfuração.
Hoje em dia, ter uma AUTOCLAVE (aparelho de esterilização hospitalar) é fundamental para qualquer profissão de atividade de risco (dentistas, manicures, podólogo, tatuadores, piercers, etc.). Mas não adianta nada ter a autoclave se o profissional não monitora esse aparelho de esterilização.
Todos profissionais de cada atividade de risco que oferecem esterilização por autoclave, devem no mínimo a cada 30 dias realizar o teste biológico da autoclave, além do teste químico a cada ciclo de esterilização, dessa forma temos absoluta certeza que a autoclave esta esterilizada corretamente.
Atualmente e infelizmente a grande maioria desses profissionais de atividades de risco não fazem o teste biológico!
Hoje a estimativa é de dez milhões de brasileiros infectados pelo vírus da hepatite C.
Aparelhos de esterilização como a ESTUFA são obsoletos, se recuse a submeter-se a esse tipo de esterilização.
Previna-se! As pessoas que procuram tatuagem e piercing, hoje em dia para sua segurança total é fundamental procurar pelos estúdios credenciados pelo Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing.
Todos os profissionais dos estúdios credenciados tem o certificado de treinamento de biossegurança, e seguem as normas e o protocolo de biossegurança, esterilização e controle de infecção.