Os tiques muitas vezes são vistos como sendo alguns comportamentos repetitivos, tais como, piscar um certo olho constantemente, estalar os dedos, elevar a sobrancelha, dentre outros.
Porém quando estes tiques, os movimentos são movimentos bruscos e golpes com a cabeça durante a noite ou no momento de adormecer, durante uma crise nervosa chegando a bater a cabeça na parede, estamos falando de comportamentos autolesivos que podem chegar a causar danos ou, pelo menos, podem ser considerados como perigosos.
Muito frequentemente são qualificados como indesejáveis, incomuns ou estranhos e costumam ser considerados anormais ou patológicos. É mais visível em crianças e adolescentes que se não tratados corretamente permanecem na fase adulta, estamos falando do Transtorno de Movimentos Estereotipados e Autolesivos.
Para melhor entender este transtorno, vejamos o significado deste.
Estereotipia é um termo utilizado para classificar um movimento que ocorre com bastante freqüência, repetidamente e com pouca variação.
Quando estes movimentos são executados causando dano físico são denominados como autolesões ou comportamentos autolesivos.
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As estereotipias costumam implicar uma região completa do corpo em um movimento integrado, como a cabeça, o tronco ou as mãos. Sua topografia é muito variável tendo sido encontro de 38 a 50 movimentos distintos, podendo ser:
- Atividade motora grossa (balanço rítmico do corpo ou partes do corpo, saltos, giros de cabeça ou tronco, chacoalhar de braços ou mãos)
- Atividades sutis (olhar para lâmpadas, luzes, parte do corpo, mover ou girar os olhos)
- Manipulação de objetos (girar ou balançar)
Para que uma estereotipia seja considerada patológica é necessário, principalmente, que estes comportamentos impeçam ou reduzam a integração da criança/adolescente no ambiente familiar, escolar e social, em geral.
Para uma estereotipia ser considerada como um comportamento autolesivo é necessário investigar a frequência pela qual a criança se morde, escarra ou bate algumas partes do corpo em objetos, concomitantemente, realizando movimentos bruscos da cabeça e cutucar cavidades corporais (nariz e olho, por exemplo) com objetivos pontiaguados.
Os critérios médicos para o diagnóstico deste transtorno se baseiam em:
- Conduta motora repetitiva, aparentemente impulsiva e sem função
- O comportamento interfere sensivelmente nas atividades normais ou causa lesões corporais infligidas pelo próprio indivíduo e que precisam de tratamento médico
- Se está relacionado a alguma deficiência mental, o comportamento estereotipado ou autolesivo tem gravidade suficiente para chegar a ser um objetivo de tratamento
- A conduta não se explica melhor como uma compulsão (como o transtorno obsessivo-compulsivo) ou tique
- O comportamento não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância psicoativa ou a uma enfermidade médica
- O comportamento persiste durante quatro semanas ou mais
Complemente a sua leitura:
Esse transtorno constitui um dos problemas de comportamento mais sérios que crianças e adolescentes com alterações graves em seu desenvolvimento podem apresentar. Seu tratamento farmacológico e psicoterapêutico se faz necessário em muitas ocasiões como conseqüência de suas repercussões na saúde da criança.
Os tratamentos na abordagem da psicoterapia cognitiva comportamental permitem reduzir e inclusive eliminar esse tipo de comportamento, em muitas ocasiões, através de procedimentos mais ou menos complexos, de acordo com a situação à qual se aplicam e as características dos sujeitos, sendo as mais conhecidas as técnicas de manipulação do reforçamento positivo e negativo, baseadas em análises funcionais anteriores, supõe uma alternativa promissora as técnicas aversivas mais clássicas de tratamento.