Mindful Eating: como não cair nas armadilhas da indústria alimentícia

Introdução

Você já se pegou comendo sem prestar atenção ao que estava colocando na boca? Você já se sentiu culpado ou insatisfeito depois de comer demais ou de escolher alimentos pouco saudáveis? Você já teve dificuldade para controlar seus impulsos alimentares ou para resistir às tentações que a indústria alimentícia oferece?

Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, saiba que você não está sozinho. Vivemos em uma sociedade que nos estimula a comer de forma rápida, automática e desatenta, sem levar em conta as nossas reais necessidades e preferências. Somos constantemente bombardeados por propagandas, promoções e produtos que nos fazem acreditar que precisamos comer mais e mais, mesmo quando não estamos com fome ou quando já estamos satisfeitos.

Essa forma de comer pode trazer consequências negativas para a nossa saúde física e mental, como ganho de peso, compulsão alimentar, distúrbios alimentares, baixa autoestima, estresse, ansiedade e depressão. Além disso, pode nos afastar do prazer e da alegria de comer, que é uma das experiências mais básicas e gratificantes da vida.

Mas existe uma alternativa para essa situação: o Mindful Eating. O Mindful Eating é uma prática que nos convida a comer com atenção plena, consciência e intenção. É uma forma de nos reconectarmos com o nosso corpo, com os nossos sentidos, com os nossos sentimentos e com os nossos valores. É uma forma de respeitarmos as nossas necessidades e preferências, de nos nutrirmos de forma adequada e equilibrada, de apreciarmos cada mordida e de celebrarmos a comida como uma fonte de vida e de prazer.

Neste artigo, vamos explicar o que é o Mindful Eating, por que ele é importante para a nossa saúde e bem-estar, quais são os desafios que enfrentamos para praticá-lo e quais são os benefícios que ele pode nos trazer. Também vamos dar algumas dicas práticas de como incorporar o Mindful Eating no nosso dia a dia. Vamos começar?

Desafios do Mindful Eating

O Mindful Eating pode parecer simples e natural, mas na verdade ele é um desafio para muitas pessoas. Isso porque vivemos em um ambiente que nos influencia a comer de forma oposta ao Mindful Eating: de forma distraída, automática e descontrolada.

Um dos principais fatores que dificultam o Mindful Eating é a indústria alimentícia. A indústria alimentícia é um setor econômico poderoso e lucrativo, que tem como objetivo vender o máximo possível de alimentos para o maior número possível de consumidores. Para isso, ela usa diversas estratégias de marketing, propaganda e manipulação para nos convencer a comprar e consumir seus produtos.

Algumas dessas estratégias são:

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• Criar alimentos ultraprocessados, que são ricos em açúcar, sal, gordura, aditivos químicos e calorias vazias. Esses alimentos são projetados para estimular o nosso paladar e o nosso cérebro, criando uma sensação de prazer imediato e viciante. Porém, eles também são pobres em nutrientes essenciais para a nossa saúde, como vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes.
• Usar embalagens atrativas, coloridas e chamativas, que despertam a nossa atenção e curiosidade. Essas embalagens também podem conter informações falsas ou enganosas sobre os benefícios dos alimentos ou sobre os seus ingredientes naturais ou orgânicos.
• Oferecer promoções irresistíveis, como leve 3 pague 2, compre 1 ganhe outro ou descontos progressivos. Essas promoções nos fazem acreditar que estamos fazendo um bom negócio ou economizando dinheiro ao comprar mais do que precisamos ou queremos.
• Fazer propagandas persuasivas, que usam celebridades, personagens infantis, músicas, slogans ou imagens que nos fazem associar os alimentos a emoções positivas, como felicidade, diversão, amor ou sucesso. Essas propagandas também podem usar técnicas de persuasão, como repetição, escassez ou autoridade para nos convencer a comprar e consumir os alimentos.
• Explorar os nossos gatilhos emocionais, como estresse, ansiedade, tédio, tristeza ou solidão. Esses gatilhos podem nos levar a comer por motivos que não têm a ver com fome ou saciedade, mas sim com a busca de alívio, conforto ou recompensa. A indústria alimentícia sabe disso e oferece alimentos que prometem nos fazer sentir melhor ou mais felizes, mas que na verdade podem piorar o nosso estado emocional.

Essas estratégias da indústria alimentícia podem nos fazer perder o contato com o nosso corpo e com as nossas reais necessidades e preferências alimentares. Podem nos fazer comer mais do que precisamos ou queremos, escolher alimentos pouco saudáveis e não apreciar o que estamos comendo. Podem nos fazer cair nas armadilhas do comer distraído, automático e descontrolado.

Benefícios do Mindful Eating

Diante desses desafios, o Mindful Eating surge como uma forma de nos libertarmos das influências negativas da indústria alimentícia e de recuperarmos o nosso poder de escolha e de controle sobre o que comemos. O Mindful Eating é uma prática que nos ajuda a desenvolver uma relação mais saudável e equilibrada com a comida, trazendo benefícios para a nossa saúde física e mental.

Alguns desses benefícios são:

• Melhorar a nossa digestão e absorção dos nutrientes. Ao comer com atenção plena, nós mastigamos melhor os alimentos, facilitando o trabalho do nosso sistema digestivo. Também damos tempo para o nosso corpo enviar sinais de fome e saciedade para o nosso cérebro, evitando comer demais ou de menos.
• Prevenir ou tratar doenças crônicas relacionadas à alimentação, como obesidade, diabetes e hipertensão. Ao comer com consciência e intenção, nós escolhemos alimentos mais nutritivos e saborosos, que fornecem os nutrientes essenciais para o nosso organismo funcionar bem. Também evitamos alimentos ultraprocessados, que são ricos em calorias vazias e podem causar inflamação, resistência à insulina e aumento da pressão arterial.
• Melhorar a nossa autoestima e autoconfiança. Ao comer com respeito e cuidado, nós reconhecemos o valor do nosso corpo e das nossas necessidades. Também evitamos julgar ou criticar a nós mesmos ou aos outros pelo que comemos ou pelo nosso peso. Em vez disso, cultivamos uma atitude de aceitação e compaixão conosco e com os outros.
• Reduzir o estresse e a ansiedade. Ao comer com prazer e alegria, nós usamos a comida como uma fonte de nutrição e não de escape ou compensação. Também evitamos comer por motivos emocionais ou por pressão social. Em vez disso, buscamos outras formas de lidar com as nossas emoções e de nos relacionar com as pessoas.
• Aumentar a nossa satisfação e felicidade. Ao comer com gratidão e celebração, nós reconhecemos a comida como um presente da natureza e da cultura. Também apreciamos cada mordida, sentindo os sabores, aromas, texturas e cores dos alimentos. Em vez de comer por obrigação ou hábito, comemos por escolha e prazer.

Dicas práticas de Mindful Eating

Agora que você já sabe o que é o Mindful Eating, por que ele é importante e quais são os seus benefícios, você deve estar se perguntando: como eu posso praticar o Mindful Eating no meu dia a dia? A boa notícia é que o Mindful Eating não é uma dieta ou um conjunto de regras rígidas que você precisa seguir à risca. O Mindful Eating é uma prática flexível e adaptável à sua realidade e às suas preferências.

O Mindful Eating pode ser praticado em qualquer momento, lugar ou situação em que você esteja se alimentando. 

Você pode começar a praticar o Mindful Eating com alguns hábitos simples, como:

• Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade do seu corpo. Antes de comer, pergunte-se: eu estou com fome física ou emocional? Eu estou comendo por necessidade ou por vontade? Durante a refeição, observe como o seu corpo se sente e se ele está satisfeito ou não. Depois de comer, avalie como o seu corpo reagiu aos alimentos e se ele está bem ou não.
• Comer devagar e com atenção plena. Evite comer com pressa, distração ou ansiedade. Reserve um tempo e um espaço adequados para a sua refeição. Desligue a TV, o celular e outros aparelhos eletrônicos. Sente-se confortavelmente e respire fundo. Olhe para o seu prato e observe os alimentos que estão nele. Pegue uma pequena porção e leve-a à boca. Mastigue bem e sinta os sabores, aromas, texturas e cores dos alimentos. Engula devagar e repita o processo até terminar a refeição.
• Escolher alimentos nutritivos e saborosos. Evite comer alimentos que você não gosta ou que te fazem mal. Prefira alimentos naturais, frescos e variados, que oferecem os nutrientes que o seu corpo precisa. Experimente novos alimentos e novas receitas, que despertem o seu paladar e a sua curiosidade. Respeite as suas preferências e as suas restrições alimentares, sem se privar ou se exceder.
• Evitar distrações e julgamentos na hora de comer. Evite comer enquanto faz outras atividades, como trabalhar, estudar ou dirigir. Evite comer enquanto conversa com outras pessoas, a menos que seja uma ocasião especial ou social. Evite comer enquanto pensa em problemas, preocupações ou planos. Evite julgar ou criticar a si mesmo ou aos outros pelo que comem ou pelo seu peso. Foque apenas na sua experiência de comer e de se alimentar.
• Apreciar cada mordida e agradecer pela comida. Evite comer por obrigação ou hábito, sem perceber o que está comendo ou sem sentir prazer. Aproveite cada mordida como se fosse a primeira ou a última. Sinta gratidão pela comida que está no seu prato, pela sua origem, pelo seu preparo e pelo seu sabor. Reconheça a comida como um presente da natureza e da cultura, que te nutre e te satisfaz.

Conclusão

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Neste artigo, nós falamos sobre o Mindful Eating, uma prática que nos convida a comer com atenção plena, consciência e intenção. Nós explicamos o que é o Mindful Eating, por que ele é importante para a nossa saúde e bem-estar, quais são os desafios que enfrentamos para praticá-lo e quais são os benefícios que ele pode nos trazer. Nós também demos algumas dicas práticas de como incorporar o Mindful Eating no nosso dia a dia.

O Mindful Eating é uma forma de nos reconectarmos com o nosso corpo, com os nossos sentidos, com os nossos sentimentos e com os nossos valores. É uma forma de respeitarmos as nossas necessidades e preferências, de nos nutrirmos de forma adequada e equilibrada, de apreciarmos cada mordida e de celebrarmos a comida como uma fonte de vida e de prazer.

O Mindful Eating não é uma dieta ou um conjunto de regras rígidas que você precisa seguir à risca. O Mindful Eating é uma prática flexível e adaptável à sua realidade e às suas preferências. O Mindful Eating pode ser praticado em qualquer momento, lugar ou situação em que você esteja se alimentando.

O Mindful Eating é uma forma de cuidar de si mesmo e do seu corpo. É uma forma de se libertar das influências negativas da indústria alimentícia e de recuperar o seu poder de escolha e de controle sobre o que come. É uma forma de se sentir melhor consigo mesmo e com os outros.

Que tal experimentar o Mindful Eating hoje mesmo? Você pode começar com uma refeição, um lanche ou até mesmo um copo de água. Você pode se surpreender com os resultados que o Mindful Eating pode trazer para a sua vida. Experimente e compartilhe a sua experiência conosco. Nós adoraríamos saber como foi.

Obrigado por ler este artigo. Esperamos que ele tenha sido útil e interessante para você. Se você gostou, por favor, compartilhe com os seus amigos e familiares. Se você tiver alguma dúvida, sugestão ou comentário, por favor, deixe uma mensagem abaixo. Nós adoraríamos ouvir a sua opinião.

Até a próxima!

Fontes

• Albers, S. (2012). Comer atentos: Mindful eating: guía para redescubrir una relación sana con los alimentos. Barcelona: Kairós.
• Bays, J. C. (2017). Mindful eating: a guide to rediscovering a healthy and joyful relationship with food. Boulder: Shambhala.
• Chozen Bays, J. (2011). Alimentación consciente: cómo desarrollar una relación sana con la comida y sacarle mayor provecho a la vida. Barcelona: Urano.
• Kabat-Zinn, J. (2005). Vivir con plenitud las crisis: cómo utilizar la sabiduría del cuerpo y de la mente para afrontar el estrés, el dolor y la enfermedad. Barcelona: Kairós.
• Kristeller, J., & Wolever, R. Q. (2014). Mindfulness-based eating awareness training for treating binge eating disorder: the conceptual foundation. Eating disorders, 22(1), 16-33.

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