Cada vez mais em nossos lares, trabalhos, faculdades ou bate papo em amigos parece ser uma condição sine qua non que nossas opiniões sejam aceitas, mas não somente isso, mas também que sejam aceitas de forma que causem impactos ao demonstrar certa intelectualidade que jaz urgente no mundo atual.
A necessidade de aprovação tem feito com que muitas pessoas percam a noção de limite, espaço e direito de comunicação do outro, estando sempre pronto a julgar. Vivemos em mundo em que todos são potenciais formadores de opinião.
Vivemos em mundo em que todos querem e preferem ser palestrantes do que palestritas.
Vivemos em mundo em que todos querem ser ouvidos e aplaudidos pela sua fala.
Vivemos em mundo em que todos querem reinventar a roda.
Vivemos em mundo em que se exige um olhar caleidoscópio sobre a vida mas da qual achamos bonito de se dizer mas da qual preferimos um mundo enviesado em nossa própria opinião ditatorial.
E algo mais agravante... parece ser uma exigência que tenhamos uma opinião formada sobre tudo considerando a ontologia, filosofia, sociologia, antropologia e psicologia de um determinado evento ou assunto.
A necessidade de ser aprovado parece influenciar a busca desenfreada de ser um ótimo amigo tendo a resposta certa para tudo, não se incomodar com as críticas, não sentir raiva de ninguém, estar pronto para ajudar...e isso pode levar a um autossacrifício doentio geralmente uma obrigação de ser um excelente pai/mãe, filho/a, emprego/a, aluno/a, chefe/a.
A sobrecarga de ter que ser aprovado pelo outro, acaba gerando um autossacrifício que leva a necessidade de ser excelente em tudo o que faz. Isso pode causar um adoecimento psicológico muito comum: transtorno de ansiedade generalizado.
A ansiedade pode se instalar justamente porque o indivíduo entra em um looping de querer agradar e para isso ser um herói, um mito, o diferente pode causar pensamentos de que algo de ruim pode acontecer nesse processo, levando este a estar um estado de alerta constante.
Consequentemente, ele pode passar de seu limite de trabalho, de cuidado e de estudo simplesmente para não ser rejeitado pois a sua necessidade de aprovação grita tão alto que este pode sacrificar o seu próprio bem-estar para se apresentar aprovado perante o outro.
Caso você, caro leitor, se perceba passando de seu limite, reveja o que tem lhe feito agir e qual o seu limite e necessidade de fato da qual precise fazer ou falar algo. O segredo está em delimitar!
Ao delimitar o que é realmente importante executar ou opinar, a vida mental ficará mais saudável e livre da ansiedade patológica, pois, se preocupar é extremamente normal. Mas é intensamente prejudicial se preocupar além do limite.