O Caminho do Meio
Há quem prefira se apegar às ilusões, ao invés de encarar o difícil confronto interno.
Consegue enganar a maioria, seguindo seu caminho leve e alegremente pela vida afora, mas não consegue convencer a si próprio, muito menos caminhar na direção do seu destino pessoal.
Viver de aparências, trazendo uma real necessidade de ser perfeito, esconde um desespero interno por não cometer enganos e erros e principalmente, a mais alta falta de autoestima.
Quem se gosta, quem se ama verdadeiramente, relaxa, afrouxa o cinto. Simplesmente É!
Muitas pessoas vivem para fortalecer o seu Ego, em discussões estéreis, onde o que está em jogo é o seu próprio Eu e não o conhecimento acima do Ego.
Como aquelas discussões onde a necessidade de provar que pensa mais rápido, que conhece mais lugares, que viajou mais, que é mais popular, que faz e acontece…
É um saber competitivo, que na verdade indica que não passa disso.
Não é inteligência, é algo que mina o caráter, tipo de saber supérfulo, que não foi digerido, só ingerido. Não tem como fugir.
O encontro com os aspectos mais profundos de si mesmo e a sua assimilação é inevitável para o amadurecimento consciente. Quando se quer amadurecer.
A psicologia, desde sua evolução, em relação aos estudos do inconsciente, demonstra que o intelecto não é capaz de captar o fenômeno psicológico como um todo e o maior desafio da mente é sair da consolidação intelectual.
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O que podemos dizer sobre a lógica, senão que esta representa o pensar convencional distinto de uma cultura inserida em um período de tempo?
Hoje supervalorizamos a lógica, a fim de supercompensar as superstições antigas.
Aconteceu de se considerar todo o conhecimento antigo uma tolice, trevas da ignorância, em nome da nova “luz do pensamento”, com Descartes inaugurando a Era da Razão e Copérnico descobrindo a ordem do Universo.
A soberania da razão é antes de mais nada, uma reação, sendo o caminho do meio o mais certo e sábio, como uma absorção de novas metodologias, novos equipamentos para antigas deidades.
Seria o que se espera hoje de uma nova era, de uma nova ciência e espiritualidade, mutuamente entendidas.
No âmbito do irracional, ainda existem temas que não se pode dissociar ao ser humano, como: espiritualidade, sentimentos, emoções, fé e instintos.
Não se pode negá-los, sem que se possa reprimi-los.
E em termos universais, isso gera uma imensa sombra coletiva. Uma doença coletiva!
Trazer a cognição para o campo do sentimento é um desafio.
Todos já enfrentamos situações em que o sentimento abarca toda a racionalidade.
Assim sendo, encontrar o caminho do meio é a função primordial da psique humana, na busca do equilíbrio entre funções opostas como:
- razão x emoção
- pensamento x sentimento
- realidade x intuição
Complemente a sua leitura:
Portanto, onde predomina o pensamento de forma excessiva, o sentimento inconsciente adquire enorme poder e pior, de forma autônoma.
O oposto também acontece.
O Caminho do Meio
O caminho do meio só é possível de ser encontrado, através de uma viagem interior que possa abranger nossas próprias dimensões inconscientes, uma vivência mais amarga, porque frustra e desagradam nossas próprias expectativas e ilusões da consciência.
Mas para quem está disposto a percorrer este caminho e pagar este preço, sai vencedor em todos os sentidos.
E o que é melhor, adquire paz interior, equilíbrio, autoconhecimento, sabedoria, autoestima.
O encontro com nosso próprio destino.
Há quem não valorize este tipo de prêmio, nesta sociedade moderna.
Mas há também quem, além de valorizar, espera encontrá-los nas outras pessoas que os rodeiam, seja em seu grupo familiar, de amigos e seus pares.
Não é algo que se possa comprar em alguma loja, nem está compondo algum tipo de status ou valor monetário.
É um caminho que chega sim, em algum lugar: ao encontro consigo mesmo, sem inseguranças, medos imaginários, incertezas e angústias.
“O encontro consigo mesmo permite estar em plenitude, pois só aquele que conhece a si mesmo está apto a encontrar seu verdadeiro caminho no mundo real”