A palavra Adolescência vem do latim, que significa crescer para a vida. Entretanto, crescer para vida não é passar pela fase primária e secundária do ensino, mas, uma forma de delimitar o período que existe entre a infância e a vida adulta. O adolescente está se integrando no mundo adulto, ele está em busca de sua identidade adulta.
Pensando em adolescência, fase em que geralmente imaginamos um indivíduo em perfeitas condições de saúde, receber o diagnóstico de uma doença grave certamente é uma das mais dolorosas experiências que pode ser vivida.
Especificamente o diagnóstico de câncer para o adolescente, torna-se mais pesado lembrando que na sociedade ele muitas vezes ainda é considerado um suposto atestado de óbito.
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O processo de perda se inicia a partir da confirmação da doença, pois há uma associação direta com a idéia de morte. Para quem está a procura de um futuro, onde o que importa é a felicidade, receber este diagnóstico, é se deparar com um futuro vazio, e um presente estacionado, é sentir-se sozinho e confuso.
A confirmação de um diagnóstico tão cruel pode levar o jovem a caminhos como a surpresa atônita, ou o permanecer mudo por um longo período. Sendo possível também prejudicar o desenvolvimento de uma auto-imagem adequada, pois ocorre uma preocupação normal na adolescência que se refere às mudanças corporais. Devido ao tratamento, sua imagem corporal pode ser afetada fisicamente, tornando-o menos atraente.
Os relacionamentos sofrem mudanças, sendo natural surgir uma insegurança em relação à auto-imagem. A identidade pessoal também é afetada, porque, se perde o sentido de continuação histórica, uma vez que a perspectiva de futuro acaba sendo um fator de estresse, estando sua própria mortalidade ligada à sobrevivência do seu futuro.
Complemente a sua leitura:
É indiscutível o prejuízo causado pelas expectativas negativas, visto que as crenças preconcebidas existentes na sociedade e no campo médico, em relação ao câncer, causam malefícios diretos ao paciente. Na adolescência é indispensável o contato com os amigos, porém este contato sofre grandes modificações, por conta de um paradoxo entre o desejo do contato e o afastamento inevitável.
Portanto, se faz necessário um apoio familiar e dos amigos próximos, quando isso é consentido pelo adolescente, e sem dúvida um apoio psicológico. Para que dessa forma eles possam lutar pela cura quando a mesma ainda é possível, ou possam dar valor a sua qualidade de vida, mesmo quando as chances de cura são mínimas.
Quanto ao apoio psicológico, é de extrema importância tanto aos pacientes quanto aos familiares. Ajuda-os a lidar com os efeitos colaterais do tratamento e seus impactos do dia-a-dia. Tais preocupações trazem à tona a questão da qualidade de vida dos pacientes oncológicos, o interesse por seu bem-estar físico, psicológico e social. Faz-se então necessária a utilização de diferentes procedimentos de intervenção de natureza psicossocial.