Humor e os seus Transtornos
Humor pode ser definido como o tônus da emoção ou a intensidade emocional. Este tônus pode estar dentro do padrão de normalidade, com leves oscilações; pode também estar em baixa por um período prolongado, que é o caso da depressão unipolar, ( uma doença afetiva ou do humor) ou ainda estar oscilante de forma intensa, entre altos e baixos, passando por períodos de normalidade, que é conhecido como transtorno bipolar de humor ou depressão bipolar.
Depressão (unipolar) é o estado em que o humor está em baixa por um período longo, de seis até doze meses. Neste período predomina o sentimento de menos valia, de culpa pouco definida, desesperança e comprometimento do desempenho, na qualidade do sono, lentificação motora, idéias suicidas entre outros sintomas.
A pessoa não encontra explicação para tal estado. Nada a faz feliz! Nada a reforça positivamente! Este estado não pode ser caracterizado por perdas reais como de um familiar, de um emprego, ou outras condições médicas e muitas menos por uso de substâncias psicoativas. Porque daí, a doença de base seria outra, e não a depressão.
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Outra alteração do afeto é o chamado transtorno bipolar de humor, que é caracterizado por fases de depressão, alternadas com fases de euforia (mania ou hipomania), intercaladas por períodos de normalidade ao longo da vida e que poderá ou não, ser acompanhado por sintomas psicóticos. Para entender melhor, mania é um estado de extrema excitação. E a hipomania já é um estado mais leve, não chega ao extremo mas nota-se uma elevação da intensidade emocional.
Na fase de depressão bipolar, os sintomas são os já relatados. O que vai diferenciar a depressão unipolar da bipolar, é a forma como se apresenta. O curso da doença, com um período de duração menor que na depressão unipolar; é de três a seis meses, início em idade precoce, (antes dos 25 anos), no pós parto,na personalidade basal hipertímica (caracterizada por alegria e alto nível de atividade), histórico familiar e ausência de resposta aos antidepressivos uma vez que a conduta medicamentosa é outra.
Já os que caracterizam o estado de mania, são: tendência à megalomania, sensação de poder e de bem estar, tendência a falar muito mais do que o usual, aceleração do pensamento com fuga de idéias, inquietação motora ou maior energia para atividades sociais, sexuais, distraibilidade e pouca necessidade de sono e outros.
Quanto à forma clínica, o transtorno de humor pode se apresentar como, estado depressivo, estado depressivo recorrente, bipolar tipo I (com mais sintomas de euforia) e tipo II, (com mais sintomas de depressão). A incidência é igual em homens e mulheres, com a diferença que a mulher apresenta início mais tardio, tem ciclagem mais rápida (mudança de uma fase para outra), predomina o tipo II até por uma questão hormonal e tem menos tendência a se tornar alcoolista, por questões sociais.
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Mas vale ressaltar, que a mulher procura mais ajuda que o homem e também adere ao tratamento com mais facilidade. As formas de tratamento são; medicamentosa, com estabilizador de humor, antidepressivos e antipsicóticos (como prevenção e fase aguda) e psicoterapia com orientação familiar.
Crianças também são acometidas pelo transtorno bipolar de humor, muitas delas, na fase de euforia, recebem o diagnóstico de TDAH (Transtorno de Défict de Atenção e Hiperatividade), uma vez que os sintomas são muito semelhantes. Na fase de depressão, ela pode apresentar irritabilidade e agressividade.Todavia há um diferencial importante pois a criança com TDAH, não apresenta tendência suicida como a depressão bipolar.
O acompanhamento médico. é particularmente importante porque é bastante comum que o paciente de bipolaridade deseje interromper a terapia medicamentosa. A interrupção do uso do medicamento recomendado, via de regra, desencadeia novos episódios da conduta característica à essa condição: estados de depressão mais intensa e maior exaltação na euforia.
Quanto a psicoterapia, a eficácia da Terapia comportamental e cognitiva é inquestionável por trabalhar com reforçadores positivos, capacidade de discriminar contingências aversivas e desenvolver repertório adequado para lidar com eventos que possam interferir diretamente no quadro.
A restrição ao uso de álcool e outras drogas, sono suficiente e em horário regular, alimentação equilibrada e atividade física adequada, são fatores importantes para uma boa qualidade de vida de quem sofre de tais transtornos.