A Odontologia e a Hipnose no consultório
Conviver com o medo transmitido pelos pacientes é quase uma rotina na vida dos dentistas.
Mas essa realidade, que atrapalha e muitas vezes até impede os tratamentos, pode melhorar.
Depois de conquistar a maioria dos profissionais da Europa e dos Estados Unidos, a hipnose começa a surgir no Brasil como uma excelente ferramenta de trabalho para o odontologista. Muito longe do ocultismo ou das ciências místicas, a hipnose é um procedimento cientificamente fundamentado.
Ao longo da história, tem sido largamente utilizada como técnica curativa e foi ainda a primeira técnica de psicoterapia.
No caso dos dentistas, a hipnose pode, em muitos casos, substituir as anestesias e diminuir os sangramentos e a salivação, facilitando muito o tratamento.
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No Brasil, a utilização da hipnose é autorizada aos cirurgiões-dentistas no artigo 6o da Lei nº 5.081, de 24/08/66, que regula o exercício da Odontologia. No entanto, é necessário que os profissionais sejam devidamente habilitados.
Para isso, começam a surgir cursos de hipnose direcionados para os profissionais da Odontologia.
A hipnose é um estado especial de consciência, intermediário entre o sono e a vigília.
Nesse estado, o lado direito do cérebro, que trabalha a imaginação, é ativado, enquanto o lado esquerdo, mais racional, se relaxa.
Na hipnose, a mente consciente permite a indução, deixando que a mente inconsciente se manifeste.
É através da voz monótona e repetitiva do dentista que o paciente alcança o estado hipnótico.
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Um ambiente calmo e tranquilo também ajuda. Através de técnicas específicas, as ondas cerebrais do paciente passam do estágio beta (da vigília) e atingem o estágio alfa da hipnose, quando o hipnoterapeuta pode sugestionar o paciente.
Consegue, dessa forma, sugerir à mente hipnotizada que determinada parte do corpo está anestesiada.
Fazer uma anamnese nos pacientes antes de recorrer à hipnose é sempre importante.
Aqueles com história psicótica, que têm a realidade mal estabelecida, não devem ser hipnotizados.
Crianças abaixo de 4 anos e pessoas com mais idade, especialmente aquelas que não têm muita atividade intelectual, também constituem um público para o qual a hipnose é contra-indicada.
Embora tenham medo do dentista, muitos pacientes também sentem medo da hipnose.
Por isso, em alguns casos, o dentista precisará desmitificá-la. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, ninguém faz sob hipnose nada que não faria se não estivesse hipnotizado.
Além disso, por questões éticas, nenhum profissional pode utilizar a hipnose sem o conhecimento do seu paciente.